terça-feira, 22 de novembro de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011



Faca de ponta

Às vezes o mundo
Nos pega de ponta
Nos leva por conta
Sem nos consultar

E somos tão frágeis
Pra vencer a corrente
Que nos leva, inclemente
Pros perigos do mar

Mas nem por isso, amigo
Eu descreio do mundo
Pois já sei, lá no fundo
Que viver é lutar

Para aqueles que querem
Que eu lamente os espinhos
Planto flor nos caminhos
E convido a sonhar

Mas nem por isso, repito
Eu descreio da vida
Se tocada... a ferida
Nos machuca bem mais

Para aqueles que sonham
Meu sorriso mais triste
O meu samba resiste
É o meu canto de paz!

Às vezes a vida
Nos tira do leito
Nos pega de jeito
Que nem cabe falar...

Só nos resta o refúgio
Em alguma cantiga
De alguém que nos diga
Que o sol vai voltar.

Martim César

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mesmo que depois não seja amor

Eu nasço e morro em cada flor
Como se fosse estar em mim a primavera
Eu vivo tudo aquilo que eu sou
No infinito sem pudor de cada entrega...

Eu sonho é viver no teu sorriso
E só preciso amanhecer no teu calor
Eu quero é me perder no paraíso
Pra me encontrar no teu olhar seja onde for

Mesmo que depois não seja amor
Mesmo que me digas algum dia
Que tudo era tão somente a fantasia
De um sonho impossível pra nós dois

Mesmo que depois não seja amor
Eu quero é viver cada momento
Lá fora está o frio do esquecimento
E a solidão que vai chegar... se vê depois.

Num verso o universo eu trago em mim
Pois no fim tudo se rende à poesia
Se o amor não era amor, só quero enfim
Viver até morrer na fantasia


Martim César

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Projeto: Cartas de Marear

Pedra fundamental do novo CD - Cartas de marear

Intérprete: Ro Bjerk

Intérprete/melodias: Ricardo Fragoso

Letras: Martim César

Part.especial: Paulo Timm



Cartas de marear

Hoje eu não busco essa pressa de mil anos atrás
Nesse bonde da história, o que me diz a memória
É que tudo o que foi, já se foi... tanto faz

Os meus passos na rua já não querem chegar
Eu não faço mais drama, pois esse sol que ilumina
É a mesmo que ensina que nos pode queimar

Eu me lembro de um tempo, noite inteira no olhar
Pelos bolsos, poemas. Vida minha pequena
Sob o céu do lugar

Doida alma no vento, jovens pelos portais
Até que um dia o destino numa voz de menino
Disse adeus, nunca mais

Depois a distância de tantas léguas e milhas
Fui trilhar meu caminho, tanta gente sozinha
Coração feito ilha

Naufraguei tantas vezes, mas vivi pra contar
Pois eu sou insistente... já conheço as correntes
E os perigos do mar


Martim César